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quinta-feira, 13/03/25

OS EFEITOS NEFASTOS DO NEOLIBERALISMO PARA A CLASSE TRABALHADORA BRASILEIRA: O CASO DA ARGENTINA SOB JAVIER MILEI



O neoliberalismo, modelo econômico baseado na desregulamentação do mercado, privatizações e redução do papel do Estado, tem sido aplicado em diversos países ao longo das últimas décadas, sempre com promessas de crescimento econômico e prosperidade. No entanto, seus efeitos sobre a classe trabalhadora costumam ser devastadores, especialmente em países periféricos como o Brasil e a Argentina. O caso do governo Javier Milei na Argentina serve como um alerta para os trabalhadores brasileiros sobre os perigos desse modelo.

O Neoliberalismo e o Trabalhador Brasileiro
No Brasil, a adoção de políticas neoliberais ganhou força a partir dos anos 1990, com a onda de privatizações e a flexibilização das leis trabalhistas. Esse processo se intensificou com a Reforma Trabalhista de 2017, que precarizou o emprego, facilitou a terceirização e reduziu direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores.

Entre os principais impactos do neoliberalismo para os trabalhadores brasileiros, destacam-se:

Precarização do trabalho: aumento de empregos informais, contratos intermitentes e baixa remuneração.

Desmonte dos serviços públicos: cortes na saúde, educação e previdência social, afetando diretamente os mais pobres.

Concentração de riqueza: enfraquecimento dos sindicatos e maior poder do capital sobre o trabalho, ampliando desigualdades.

Argentina: Um Laboratório Neoliberal sob Milei
A Argentina vive atualmente um dos experimentos neoliberais mais radicais da América Latina sob o governo do ultraliberal Javier Milei. Com promessas de reduzir o tamanho do Estado e “libertar” a economia, Milei tem promovido medidas extremas, cujos impactos têm sido devastadores para os trabalhadores argentinos.

Entre as principais ações do governo Milei, destacam-se:

Desvalorização massiva do peso argentino, o que fez disparar a inflação e corroeu o poder de compra da população.

Cortes drásticos nos gastos públicos, levando à paralisação de setores essenciais como saúde e educação.

Fim do controle de preços e subsídios, tornando produtos básicos como alimentos e combustíveis inacessíveis para grande parte da população.

Reformas que fragilizam os direitos trabalhistas, reduzindo o poder de negociação dos sindicatos e facilitando demissões em massa.

O resultado? A Argentina vive uma recessão severa, com aumento do desemprego, queda no consumo e crescimento da pobreza. A classe trabalhadora, que já sofria com crises anteriores, agora enfrenta um cenário ainda mais hostil, com milhões de pessoas dependendo de doações de alimentos e enfrentando um custo de vida insustentável.

A Revolta dos Aposentados e a Repressão Policial
Um dos episódios mais marcantes da crise argentina sob Milei foi a recente manifestação dos aposentados, que contou com a adesão de torcidas organizadas de diversos clubes do país. O protesto aconteceu porque as aposentadorias e pensões se tornaram insuficientes para a compra da cesta básica, colocando milhares de idosos em situação de miséria extrema.

A resposta do governo Milei foi de violência e repressão. A polícia reprimiu brutalmente os manifestantes, utilizando gás lacrimogêneo, balas de borracha e força excessiva para dispersar os idosos e seus apoiadores. O episódio gerou indignação internacional e reforçou as críticas à gestão neoliberal do presidente, que, ao invés de buscar soluções para a crise, tem adotado uma postura autoritária contra aqueles que mais sofrem com suas políticas.

O Alerta para o Brasil
O caso argentino serve como um alerta para o Brasil, que já ensaia novos avanços neoliberais com propostas de privatizações e novas flexibilizações nas leis trabalhistas. A experiência mostra que esse modelo não favorece o trabalhador, mas sim o grande capital, aprofundando a desigualdade social e tornando a vida dos mais pobres ainda mais difícil.

Diante desse cenário, a organização da classe trabalhadora e a defesa de políticas que garantam direitos são essenciais para evitar que o Brasil siga o mesmo caminho da Argentina. A história mostra que o neoliberalismo pode até gerar lucros para poucos, mas, para a maioria, representa apenas desemprego, pobreza, repressão e exclusão.




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