DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES: LUTAS, CONQUISTAS E OS DESAFIOS ATUAIS

O 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, é muito mais do que uma simples data comemorativa. É um marco de luta histórica por direitos, igualdade e melhores condições de vida e trabalho. Desde suas origens no movimento operário do início do século XX, passando por conquistas fundamentais ao longo das décadas, até os desafios persistentes na atualidade, as mulheres seguem na linha de frente das batalhas por justiça social.
Conquistas históricas
Ao longo das décadas, a luta das mulheres impulsionou mudanças significativas:
Direito ao voto: Em 1932, as brasileiras conquistaram o direito ao voto, após anos de pressão dos movimentos feministas.
CLT e proteção trabalhista: A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943, trouxe avanços na regulamentação do trabalho feminino, como licença-maternidade e proteção contra demissões arbitrárias.
Licença-maternidade ampliada: Em 1988, a nova Constituição Federal garantiu mais direitos às mulheres, incluindo a ampliação da licença-maternidade para 120 dias.
Lei Maria da Penha (2006): Um avanço crucial no combate à violência doméstica, garantindo medidas protetivas e punições mais severas para agressores.
PEC das Domésticas (2013): As trabalhadoras domésticas conquistaram direitos iguais aos dos demais trabalhadores, incluindo jornada regulamentada e benefícios trabalhistas.
Desafios atuais no mercado de trabalho
Apesar dos avanços, as mulheres ainda enfrentam desigualdades no mercado de trabalho. Segundo dados recentes, as trabalhadoras ganham, em média, 20% a menos que os homens em funções equivalentes. Além disso, a presença feminina em cargos de liderança ainda é baixa, e muitas mulheres enfrentam dificuldades para conciliar trabalho e maternidade.
O assédio moral e sexual no ambiente de trabalho também segue como um problema grave, exigindo políticas mais eficazes de prevenção e combate. A precarização do trabalho, com a ampliação da informalidade e das plataformas digitais, também impacta diretamente as mulheres, que muitas vezes acumulam dupla ou tripla jornada.
A força das mulheres no movimento sindical
O movimento sindical tem papel fundamental na defesa dos direitos das trabalhadoras. Cada vez mais, as mulheres ocupam espaços de liderança dentro dos sindicatos, lutando por melhores condições de trabalho, igualdade salarial e políticas públicas que garantam direitos como creches, proteção contra assédio e ampliação da licença-maternidade.
No Dia Internacional das Mulheres, o chamado é para seguir resistindo, organizando e avançando. O momento exige mobilização para barrar retrocessos e conquistar novos direitos. Afinal, a luta das mulheres não é apenas uma questão de gênero, mas de justiça social e dignidade para toda a classe trabalhadora.
Um Futuro de Igualdade
O Dia Internacional das Mulheres não é apenas uma data comemorativa, mas um lembrete de que a luta por igualdade de gênero está longe de terminar. Para o movimento sindical, a data reforça o compromisso com a construção de uma sociedade mais justa, onde mulheres e homens possam viver e trabalhar com dignidade, respeito e equidade.
Como dizia a sindicalista e feminista Clara Zetkin, uma das idealizadoras do 8 de março: “A luta das mulheres é a luta de toda a humanidade”. Que este dia inspire novas conquistas e fortaleça a união de todas e todos na busca por um mundo mais igualitário.
Raízes da luta: o papel das trabalhadoras e a tragédia da Triangle Shirtwaist
A origem do 8 de março está diretamente ligada às mobilizações das operárias por melhores condições de trabalho, naquela época, as mulheres enfrentavam jornadas exaustivas, baixos salários e condições precárias nas fábricas.
Um dos episódios mais marcantes dessa luta foi o incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist, em Nova York, em 25 de março de 1911. Na tragédia, 146 trabalhadores morreram, a maioria mulheres imigrantes. O incêndio foi agravado por portas trancadas e a falta de medidas de segurança, refletindo a exploração brutal que essas operárias enfrentavam.
A tragédia gerou uma forte reação dos movimentos sindicais, resultando em leis mais rígidas de segurança no trabalho e fortalecendo a organização das mulheres na luta por direitos.
No Brasil, as mulheres trabalhadoras também foram protagonistas em greves históricas, como a Greve das Costureiras de 1917, quando reivindicaram melhores salários e redução da jornada de trabalho. Foi com muita resistência e organização sindical que conquistaram direitos fundamentais ao longo do século XX.