MIREM-SE NO EXEMPLO DELAS
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, lembramos algumas delas, que dispuseram seu talento e espírito de luta em favor de um mundo mais igualitário e justo. Que o exemplo de Chiquinha Gonzaga, Carlota Pereira de Queirós, Bertha Lutz, Carolina Maria de Jesus (foto acima), Elizabeth Teixeira e Maria da Penha continue a inspirar as mulheres. Viva o 8 de março!
Francisca Edwiges Neves Gonzaga (1847-1935) foi uma compositora, instrumentista e maestrina brasileira. Primeira musicista de choro, autora da marcha carnavalesca “Ó Abre Alas” (1899) e primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Desde 2012, o Dia da Música Popular Brasileira é comemorado na data em que ela nasceu (17 de outubro).
Carlota Pereira de Queirós (1892-1982) foi uma médica, escritora, pedagoga e política brasileira. Eleita pelo estado de São Paulo, em 1934, se tornou a primeira deputada federal brasileira e compôs o grupo de parlamentares presentes na Assembleia Nacional Constituinte de 1934/35. Dedicou seu mandato à defesa dos direitos da mulher e das crianças e publicou uma série de trabalhos em defesa da emancipação feminina. Ocupou o cargo até 1937, quando o Congresso foi fechado pelo Estado Novo.
Bertha Maria Júlia Lutz (1894-1976) foi uma bióloga, ativista feminina e política brasileira. Foi pesquisadora do Museu Nacional do Rio de Janeiro e uma das figuras mais representativas do feminismo e da educação no Brasil no século XX. Fundadora da Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, em 1919, três anos depois ela organizou o I Congresso Feminista do Brasil e representou as mulheres brasileiras na Assembleia Geral da Liga das Mulheres Eleitoras, nos EUA, quando se tornou vice-presidente da Sociedade Pan-Americana das Mulheres. Ao retornar ao país, ajudou a fundar a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, que reivindicava o direito ao voto para as mulheres.
Carolina Maria de Jesus (1914-1977) foi uma escritora brasileira, autora do clássico “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, lançado em 1960. É considerada uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil. O livro foi traduzido para 14 línguas. Sua obra tem sido estudada no Brasil e fora dele.
Elizabeth Altino Teixeira (1925) liderou os agricultores de Sapé, na Paraíba, no começo dos anos 1960, após o surgimento das Ligas Camponesas. Viu seu marido, João Pedro Teixeira, ser morto a mando de latifundiários da região e ainda assim se manteve firme em defesa do direito à terra para os mais pobres. Com o golpe de 1964, entrou para a clandestinidade e só reapareceu em 1981, quando ajudou o cineasta Eduardo Coutinho a terminar o clássico “Cabra marcado para morrer”, que narra a história de João Pedro – e dela própria.
Maria da Penha Maia Fernandes (1945) é uma farmacêutica brasileira que não desistiu da condenação de seu agressor e viu sua luta se tornar um instrumento legislativo de combate à violência doméstica e familiar contra mulheres no Brasil, a Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006. Mãe de três filhas, atualmente ela lidera movimentos em defesa dos direitos das mulheres.