SITESEMG CONCLAMA SINDICATÁRIOS A PROTESTAREM CONTRA “NOVA PREVIDÊNCIA”
Atendendo a um chamado das centrais sindicais, trabalhadores de todo o país sairão às ruas nesta sexta-feira 22 para protestar contra a proposta de reforma do governo Bolsonaro, que dificulta o acesso à aposentadoria para quem já contribui com a Previdência e impõe àqueles que ainda não chegaram ao mercado de trabalho um sistema de capitalização, em troca do atual regime de repartição. Por entender que a reforma vai piorar as condições de vida do povo brasileiro, o Sitesemg está convocando os trabalhadores em entidades sindicais a aderirem às manifestações.
“É dever de cada um de nós reforçar esse protesto. O que o governo chama de ‘nova Previdência’ é na verdade algo que nada tem de novo. A proposta é retardar o acesso dos trabalhadores à aposentadoria e transferir recursos para os bancos, que aguardam ansiosos as novas regras”, aponta Maurício da Silva Gomes, presidente do Sitesemg.
Tragédia
O sistema de capitalização que o governo pretende impor por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 6 já foi testado sem sucesso no Chile, conforme o Sitesemg informou na edição de julho de 2017 do jornal Opinião Sindical (o conteúdo pode ser acessado no site). Lá, a ditadura do general Augusto Pinochet forçou aqueles que entraram no mercado de trabalho a partir de 1981 a transferirem 10% de seus salários para empresas privadas, responsáveis pela gestão dos recursos que, no futuro, custeariam suas aposentadorias. Trinta anos depois, ao se aposentarem, milhares de chilenos passaram a receber menos do que o salário mínimo pago no país.
O empobrecimento causado àqueles trabalhadores explica o aumento expressivo dos casos de suicídio entre idosos no Chile, registrado nos últimos anos. “A tragédia que o governo chileno impôs aos trabalhadores que foram forçados a aderir à capitalização é a mesma que Bolsonaro reserva para as futuras gerações de brasileiros. Não podemos deixar que isso aconteça”, acrescenta o presidente do Sitesemg.
Ele lembra ainda que, além do prejuízo individual que os trabalhadores terão, a reforma da Previdência afetará a economia como um todo. Isso porque, ao dificultar o acesso das atuais e futuras gerações à aposentadoria digna, o governo reduzirá substancialmente os recursos em circulação. “Quando alguém ganha menos, evidentemente, tem menos recursos para consumir. Isso afeta diretamente a indústria, o comércio e os serviços. Não é só o trabalhador que perde, portanto, mas todos que dependem do mercado interno”, alerta o dirigente sindical, que adverte: “O Brasil vai empobrecer com essa reforma”.