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quinta-feira, 09/09/21

SAÚDE MENTAL EM TEMPOS DE PANDEMIA



AUMENTAM CASOS DE DISTÚRBIOS PSÍQUICOS

Em tempos de pandemia, cuidar da saúde mental está na ordem do dia.

Alguns compõem a família “AM”: clonazepan, diazepam, lorazepam, alprazolam; outros fazem parte do que podemos chamar da descendência “INA”: sertralina, fluoxetina, paroxetina, fluvoxamina. Brincadeiras à parte, o assunto é sério, pois estamos falando dos conhecidos ansiolíticos (utilizados para controle da ansiedade), no caso dos primeiros, e antidepressivos (basicamente aqueles que atuam no controle de neurotransmissores do sistema nervoso central, contribuindo, sobretudo, para o restabelecimento do humor).

Juntos, os “membros” destas duas “famílias” respondem pela liderança entre os medicamentos mais consumidos no Brasil. Apenas para se ter uma ideia, de abril de 2019 ao mesmo mês em 2020, saltou de 7,6 milhões para 8,8 milhões de unidades a venda de antidepressivos e estabilizadores de humor, usados nos caos de transtornos afetivos, como depressão, distimia (neurose depressiva) e transtorno afetivo bipolar.

Ressalte-se que o consumo destes tipos de remédios tem aumentado significativamente ao longo dos últimos anos, alcançando seu ápice em 2020, o que coincide com o início da pandemia do coronavírus.

Isso mostra que, muito para além das tristes milhares de mortes que já causou até agora, a Covid-19 tem feito estragos ainda maiores na já combalida saúde mental dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, acostumados que estamos aos muitos males tão comuns que assolam o próprio país: violência, corrupção, desemprego, fome, miséria, dentre outros.

Para a psicóloga Vivian Marchezini, que há mais de 20 anos faz atendimentos clínicos presenciais em consultório particular (e agora também online), muitos são os fatores que têm afetado a população em geral e especialmente os trabalhadores nesta pandemia. Ela faz uma distinção na situação daqueles que permanecem no trabalho presencial e os que estão no sistema home-office.

“No caso do trabalhador que continuou de modo presencial (há muitos nessa condição, infelizmente), podemos pensar no medo de ser contaminado no trajeto e no próprio local de trabalho, a preocupação com os filhos que ficaram em casa, sem escola e numa situação de cuidado precária e o medo de ser demitido frente à crise econômica que se instaurou”, enumera Vivian, que é mestre em Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará (UFPA).

Perda da individualidade e aumento da sobrecarga de trabalho

Já no que diz respeito aos trabalhadores que estão em home-office, a psicóloga ressalta que houve “a perda de espaços delimitados para o trabalho e para descanso, o aumento da demanda do trabalho por parte das empresas, como se o trabalhador agora tivesse mais tempo para trabalhar por não precisar se ocupar com o deslocamento”. Para Vivian, nesta situação específica, há também a dificuldade do trabalhador em exercer o trabalho produtivo e o trabalho de reprodução social, como, por exemplo, cuidar da casa e dos filhos (quando os têm), “estando tudo misturado o tempo todo”, acentua. “Temos aqui a perda da individualidade e o aumento da sobrecarga”, ressalta.

A psicóloga destaca, também, o medo de adoecer que acomete a todos – os que estão trabalhando em casa ou não – e de ver os próprios familiares adoecerem. “Além disso, há a insegurança por não saber quando a situação vai terminar, quando será vacinado, para além do luto pela morte de familiares e amigos”, acrescenta.

Vivian ressalta que há um grande conjunto de fatores estressores que não têm prazo para terminar nem perspectiva de melhoras, produzindo aumento no número de casos de ansiedade, depressão, dependência química, violência doméstica, entre outras.

“É preciso encontrar um tempo para si mesmo”, recomenda psicóloga

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mesmo antes da pandemia, o Brasil já era considerado o país mais ansioso do mundo – no fim de 2019, eram 19,4 milhões de brasileiros oficialmente diagnosticados com transtornos ansiosos. Isso inclui fobias, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), ataques de pânico e estresse pós-traumático. Relativamente à depressão, o levantamento da OMS revela que o mal atinge 12 milhões de brasileiros. Era de se esperar, portanto, que, neste cenário de crise sanitária e econômica, a situação piorasse, abalando ainda mais as condições psicológicas e psíquicas das pessoas. Mas o que fazer para preservar a saúde mental em tempos difíceis assim?

 “É importante que as pessoas busquem formas de preservar espaços pessoais, por exemplo, delimitando hora de começar e terminar de trabalhar, intervalos para alimentação e descanso, espaço físico próprio para o trabalho (quando possível), escolher fontes de informações confiáveis e evitar o excesso destas”, enumera a psicóloga clínica Vivian Marchezini. Além disso, claro, conforme a especialista, é preciso manter hábitos saudáveis. Isso significa ter uma alimentação adequada, praticar alguma atividade física, estar exposto ao sol em pequenos momentos do dia, criar momentos de lazer e de socialização, nas condições possíveis da cidade em que a pessoa reside e obedecendo às diretrizes de segurança sanitária.

“É preciso ter momentos regulares de reflexão e encontro consigo mesmo, com meditação, oração, escrita, um tempo para si mesmo”, sugere.

“Em muitos casos, a psicoterapia com profissional psicólogo vem complementar de forma importante essas medidas preventivas e auxiliar a pessoa que já se encontra com a saúde mental prejudicada”, finaliza Vivian.




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